domingo, 21 de outubro de 2007

Provavelmente

Não venho aqui para escrever. Para descrever, para construir pessoas. Para esconder nomes
Não venho pelas musicas que disse gostar, pelas músicas que me fazem inspirar. Pelo ar frio que caminho, pelas ruas desertas em que me visito. Não venho aqui, vou ali e mais longe. Vou ao reflexo, vou ao chão repleto, vou à melodia antiga, à música sem vida. Não vou onde estou. Afinal. Continuo a estar. Vou pelo que disse amar, o que disse não tolerar, o que disse imaginar, o ar morto da imagem complementar. Estou. Na sala, no quadro distante, no mundo, mais fundo. Eu salto. Acima, abaixo. Estive, estou, não sei se estarei, a encontrar fundos para me emoldurar. Para me lembrar. Do vago olhar. Do inexplicável ondular. De alguém a inventar. Palavras para nunca sussurrar.
Não venho aqui responder.
Não venho aqui para escrever. Venho aqui encostar a cor do perecer.

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