quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

À flor da pele

O que será que me dá que me come por dentro?

Que brota a flor da pele será que me dá
E que me sobe as faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar
E que me aperta o peito e me faz confessar

O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo me faz implorar

O que será que será
Que dá dentro da gente que não devia

O que não tem descanso nem nunca terá
O que não tem cansaço nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro será que me dá
Que me perturba o sono será que me dá
Que todos os ardores me vem atiçar
Que todos os tremores me vem agitar

O que não tem descanso nem nunca terá
O que não tem cansaço nem nunca terá
O que não tem limite

Nem nunca terá

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

É só mais uma falta de sentimento.


Demos-lhe vida para morrer um pouco todos os dias.
Demos-lhe o ar para respirar, o ar porque sufocar.
Para mim morreu. Morreu porque não cresceu.
Alguém pensou que a vida só nasce para morrer.

Alguém morreu.

Falta-lhe um corpo para magoar.
Que venham corpos para queimar.
Corpos para amar e para chorar.
Uma música para se poder lamentar.

Não É triste, e eu sei.